O encontro da Redes Vidas Ativas de novembro teve tudo isso e muito mais! Dê uma conferida clicando aqui. As desigualdades sociais e urbanas permearam a conversa.
Silvia Stuchi, Diretora Fundadora do Corrida Amiga, associada da Rede Esporte pela Mudança Social (REMS) compartilhou experiências de suas muitas andanças:
- Corrida Amiga atua em vários âmbitos de ocupação da cidade e observa desigualdades cumulativas afetando a cidade, principalmente população de baixa renda.
- Mobilidade urbana acaba com sonhos - jornadas longas para estudar, trabalhar, lazer…
- Planejamento urbano feito para manter esta exclusão (não é falta de planejamento).
- Transporte público ocupa cerca de 20% da renda mensal de famílias.
- Impacto de mortes por sinistros de crianças e adolescentes - não são acidentes, pois poderiam ser evitados por diversas medidas, como redução de velocidade. Muitos sinistros em até 150 metros de escolas - ambiente não é protegido e seguro em termos de trânsito (“forma de desenhar a cidade”).
- recortes de gênero e raça - negros, mulheres negras periféricas sofrem maior impacto - não é um deslocamento pendular, é um deslocamento com muitas paradas.
- Sugestões/soluções: estimular políticas intersecretariais e intersetoriais; acompanhamento, monitoramento e avaliação das políticas públicas para ajustes e aprimoramentos.
Luis Carlos Oliveira, Diretor na Coordenadoria de Esporte e Lazer da Secretaria de Esporte do Estado de São Paulo e pesquisador do Centro de Estudos do Laboratório de Aptidão Física de São Caetano do Sul (Celafiscs) trouxe o conhecimento acadêmico aliado à experiência de muitos anos de ações práticas:
- Realizando estudo, doutorado no tema Desigualdades sociais e acesso a atividades físicas.
- fala como Celafiscs, projeto pioneiro de promoção de Atividade Física e Saúde - Agita São Paulo - https://www.portalagita.org.br.
- Campanhas, instrumentos e protocolos surgiram ao longo do tempo, por exemplo, acelerômetro (permitiu medir as atividades físicas leves e valorizá-las).
- 2018 - estudos mostram, em média, que não houve mudanças significativas nos padrões de comportamentos ativos e sedentários das populações.
- Pandemia evidenciou sobremaneira as desigualdades sociais - expectativa de vida, doenças crônicas não transmissíveis etc.
- Crescimento de estudos sobre desigualdades sociais e seus impactos na vida, inclusive no nível de atividade física:
- a desigualdade se evidencia na atividade física de tempo livre, de lazer. As pessoas mais afetadas tendem a ser ativas nos tempos de deslocamento, trabalho, doméstico. Muitas questões envolvidas: território, cultura regional, caminhabilidade, segurança pública etc.
- intervenções precisam considerar as características dos territórios, mas a grande maioria partem de pessoas com conhecimentos gerais e técnicos que não levam em conta as características locais.
- necessário ampliar o conceito de atividade física. Políticas públicas devem garantir acesso, possibilidade de escolhas pelas populações, tornando-se uma questão social; pessoas serem ativas pelas escolhas e não pelas necessidades. Considerar a equidade.
Esta conversa se junta a outras realizadas ao longo de 2024 e que também podem ser acessadas (em 2025 tem mais!):
Impactos em Modos de Vida Ativos: desigualdades sociais e infraestruturas urbanas - clique aqui.
Advocacy e Vidas Ativas - acesse aqui.
Saúde Planetária e Vidas Ativas - clique aqui.
A Redes Vidas Ativas é um espaço de conexão entre coletivos, instituições e pessoas que buscam promover vidas e sociedades mais ativas. Vamos unir forças em temas como atividade física, saúde, esporte, mobilidade ativa, desenvolvimento humano, meio ambiente e muito mais!
Nenhum comentário:
Postar um comentário