As desigualdades sociais e as infraestruturas urbanas e suas funcionalidades são alguns aspectos que impactam as pessoas e sociedades serem mais ativas. Estes temas nortearam o encontro de setembro da Redes Vidas Ativas com convidadas muito especiais.
Ricardo Barbosa, coordenador do grupo de pesquisa-ensino-extensão Rede Mobilidade Periferias concluiu sua fala inicial com algumas reflexões e proposições:
- A pesquisa origem e destino do Metrô mostra uma tendência de queda dos modos ativos e aumento dos modos individuais motorizados. Preocupante!
- PAC das Calçadas: urgente em termos de cidadania adequar/construir as calçadas onde é necessário e com arborização. Estas questões não geram votos - pedestres são considerados de cidadania inferior -, mas melhoram a qualidade de vida.
- Experiência da Paulista Aberta para periferias.
- Valorização de parques e praças, conectando ao sistema cicloviário, aos equipamentos dos territórios. Pensamento mais amplo e sistêmico.
- Pensar em espaços nos bairros abertos à população. Por exemplo, escola do bairro ser central para atividades esportivas e culturais, valorizando as experiências locais existentes. Escolas foram se fechando e virando “prisões”. Precisamos de uma cidade mais ativa e justa para todas as pessoas.
Aline Silva, atleta olímpica e fundadora da Mempodera compartilhou momentos e aprendizados das fases de sua vida:
- Necessidade de diminuir a lógica da “peneira” no esporte, dar mais oportunidades.
- O número de mulheres praticantes de esporte cai drasticamente ao longo da vida e os homens acabam indo para a gestão e mantendo o ciclo de desigualdade.
- O esporte tende a ser um ambiente muito abusivo, por exemplo, quando pune por atrasos, erros; quando técnicos gritam, agridem verbal e fisicamente para “estimular”. Quem sobrevive no esporte?
- Ainda há muito a ser feito para o equilíbrio da balança, para termos mais oportunidades e ambientes acolhedores que criem memórias afetivas e levem à prática do esporte para a vida.
- O esporte se relaciona com o todo, a educação, as desigualdades sociais. Necessário preparar um ambiente seguro para as pessoas terem uma relação bem resolvida com o esporte.
Ficou pensativa, curioso? Teve muito mais: diálogo com as pessoas participantes, comentários, indagações, indignações...
Você pode conferir como foi a conversa toda clicando aqui e acessando a gravação.
A Redes Vidas Ativas é um espaço de conexão entre coletivos, instituições e pessoas que buscam promover vidas e sociedades mais ativas. Vamos unir forças em temas como atividade física, saúde, esporte, mobilidade ativa, desenvolvimento humano, meio ambiente e muito mais!